segunda-feira, 20 de julho de 2009

Maria

Maria nunca acordou, Maria nunca se mexeu, há dois anos ela habitava sonhos e pensamentos, esperança e ansiedade, mas o dono do sonho não conseguiu transfigurar seu sonho para a realidade sem deixar que ele transcendesse o limite da compreensão, Maria tomou conta sem querer da sua razão, e João pensou que só haveria um sonho possível a se imaginar, não soube que não existe apenas uma Maria na vida, e que no decorrer desta aparecem várias Marias de distintas formas, sabores e intensidades, essas marias por não caberem em si, habitam o coração dos vazios e dos sedentos delas, cabe a estes corações desabitados ao ser preenchidos, o poder de controlar, entender ou apenas sentir. João como tantos outros, apenas não soube o que significava aquela euforia de sentimentos em seu ser, não soube o significado e levou Maria a sério, enquanto deveria ter brincado de esconde-esconde com ela... João achou que Maria existia quando era apenas um personagem fruto de uma imaginação mal semeada, uma fotografia em sua alma ainda imatura pra entender, achou que todo inconsciente podia ser entendido como realidade, e devia ter encarado Maria como o mais belo e puro sentimento, ou afinal tê-la chamado de amor com nome e sobrenome.

escrito em: 08/09/07

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