segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mamãe vou fazer dezessete


O dia mal havia começado e ela já estava acordada, perambulando pela casa desde as cinco horas da manhã, muito estranho aquele fato, já que seu horário habitual era acordar às seis...Mas alguma coisa naquele dia a deixava inquieta, preferiu levantar, tomar uma água, e resolveu que naquela manhã, encontraria seu pai, coisa que ela só fazia aos fins de semana, pois quando ele saia pro trabalho ela ainda estava dormindo, quando chegava acontecia a mesma coisa, decidiu levantar antes dele sair pra mais um dia de escola, preparou o café (O famoso X-mizera, pão com mortadela, já que não sabia fazer outra coisa), adoçou um suco já preparado, pôs um pouco de gelatina na sua tigela predileta, bateu na porta do quarto, e entrou com o projeto de café da manhã com aquela alegria contagiante, que espantou seus pais. Deu um bom dia todo especial, e exclamou em seguida: - Mãe, pai, hoje é seis de setembro sabia? É, é isso mesmo que vocês pensaram, ainda dá tempo, comprar meu presente de aniversario, aliás, vai demorar um pouco pra deixá-lo como eu quero e pra regularizar os papeis, e dia VINTE E UM ele precisa está prontinho aqui.
Como se ela adivinhasse as interrogações que viriam depois, começou:
_ A pai, vai dizer que não está lembrando... Desde que eu me entendo por gente, e peço um presente descente de aniversario, você sempre dizia – filha aguarde até os seus dezessete anos, então eu te darei um carro, você aprende a dirigir e com 18 já tira a carteira, assim pode me levar a todos os jogos de futebol.
Ao ouvir isso eles não acreditaram que era aquele o motivo da euforia, e então ela continuou:
- Acabei de sonhar que você comprou uma limusine rosa, poxa pai... Eu sempre disse que queria era um fusca verde limão não é verdade? Quando acordei fiquei tão desapontada e preocupada que o senhor comprasse o carro errado, que acordei e vim aqui correndo avisar.
Agora eu dormirei novamente, por que hoje a tarde preciso está em perfeitas condições para o teste driver.
E do mesmo jeito que entrou ela saiu, mas agora não segurava mais a bandeja do café, saia de mãos atadas, e ao ver a triste cara de pasma e o desespero do seu pai, lembrou do que a música de Titãs e do que os gritos de guerra dos anos sessenta diziam: “Não confie em ninguém com mais de trinta”

escrito em: 06/09/07

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